Do Século XIX à Resistência Ditatorial: A Jornada Cinematográfica Brasileira ao Longo dos Anos

O cinema brasileiro tem uma longa e rica história que se iniciou no final do século XIX, quando os irmãos Lumière realizaram a primeira exibição pública de filmes no Rio de Janeiro, em 1896. Desde então, o Brasil produziu inúmeras obras cinematográficas que retratam a cultura, a sociedade, a política e a arte do país. Neste post, vamos fazer um breve panorama da evolução do cinema brasileiro desde os seus primórdios até os dias atuais.

Os primeiros filmes brasileiros foram feitos por pioneiros como Afonso Segreto, Paschoal Segreto e José Roberto Cunha Salles, que registraram cenas do cotidiano carioca, como a chegada do navio Brésil à baía de Guanabara, em 1897, e a inauguração da Avenida Central, em 1903. Esses filmes eram chamados de “vistas” ou “documentários de atualidades” e tinham um caráter informativo e jornalístico.

No início do século XX, surgiram os primeiros cineastas que se dedicaram à ficção, como Antônio Leal, Humberto Mauro e Mário Peixoto. Eles buscavam criar uma linguagem própria para o cinema brasileiro, inspirados nas vanguardas artísticas europeias e nas tradições populares nacionais. Alguns filmes marcantes dessa época foram O Cangaceiro (1930), de Leal, Limite (1931), de Peixoto, e Ganga Bruta (1933), de Mauro.

A partir da década de 1930, o cinema brasileiro passou por uma fase de industrialização e popularização, com o surgimento dos estúdios cinematográficos e dos gêneros comerciais, como as chanchadas, as comédias musicais que satirizavam os costumes da sociedade brasileira. Os principais estúdios foram a Cinédia, fundada por Adhemar Gonzaga em 1930, e a Atlântida, fundada por Moacyr Fenelon e José Carlos Burle em 1941. Entre os astros e estrelas das chanchadas, destacaram-se Oscarito, Grande Otelo, Dercy Gonçalves e Eliana Macedo.

Na década de 1950, o cinema brasileiro viveu um momento de renovação estética e temática, com o surgimento do Cinema Novo, um movimento que buscava retratar a realidade social e política do país com uma linguagem crítica e inovadora. Os principais representantes do Cinema Novo foram Glauber Rocha, Nelson Pereira dos Santos, Ruy Guerra e Carlos Diegues. Alguns filmes emblemáticos dessa corrente foram Rio 40 Graus (1955), de Santos, Deus e o Diabo na Terra do Sol (1964), de Rocha, Os Fuzis (1964), de Guerra, e Bye Bye Brasil (1979), de Diegues.

Na década de 1960, o cinema brasileiro também foi marcado pela influência da contracultura e do tropicalismo, com filmes que exploravam a sexualidade, a violência, o humor e a irreverência. Esses filmes ficaram conhecidos como Cinema Marginal ou Udigrúdi e tiveram como expoentes Rogério Sganzerla, Júlio Bressane, Ozualdo Candeias e João Silvério Trevisan. Alguns exemplos dessa tendência foram O Bandido da Luz Vermelha (1968), de Sganzerla, Matou a Família e Foi ao Cinema (1969), de Bressane, A Margem (1967), de Candeias, e Orgia ou o Homem que Deu Cria (1970), de Trevisan.

Na década de 1970, o cinema brasileiro enfrentou as dificuldades impostas pela censura da ditadura militar, mas também produziu obras que resistiram ao regime autoritário e denunciaram suas violações aos direitos humanos. Alguns cineastas que se destacaram nesse período foram Leon Hirszman, Paulo César Saraceni, Hector Babenco e Bruno Barreto. Alguns filmes importantes dessa época foram São Bernardo (1972), de Hirszman,

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