Origens e Fundadora
A Ciência Cristã foi fundada por Mary Baker Eddy em 1879, em Boston, EUA. Inicialmente chamada Igreja de Cristo Cientista, o movimento surgiu após a experiência de Eddy, que foi curada de uma doença grave por meios hipnóticos. A fundadora escreveu a obra Ciência e Saúde com a Chave das Escrituras, que se tornou o livro sagrado da seita, sendo utilizado para “confirmar” os ensinos baseados na Bíblia. A abordagem da Ciência Cristã propõe uma interpretação radical da realidade, onde a mente desempenha um papel fundamental sobre a matéria.
Doutrinas Centrais A Ciência Cristã promove um ensino que nega a existência do mal, do pecado, da doença e da morte. Para a seita, estas são ilusões criadas pelo pensamento humano, não tendo uma base real no mundo espiritual. A ideia central de sua doutrina é o controle da mente sobre a matéria, afirmando que o ser humano é capaz de curar-se e evitar o sofrimento apenas pela mudança do seu pensamento. A doença, o pecado e a morte não são realidades, mas apenas percepções errôneas da mente humana.
Visão de Deus e da Realidade A Ciência Cristã é panteísta, pois considera que Deus é tudo e tudo é Deus. Em outras palavras, Deus está em tudo o que existe, mas a concepção de Deus nesta religião é distorcida em relação ao cristianismo tradicional. Deus não é uma pessoa, mas uma realidade absoluta e impessoal. Não há distinção entre o criador e a criação, e a realidade se define exclusivamente como aquilo que é espiritual e mental. A matéria, portanto, não é vista como verdadeira, mas como uma projeção do pensamento humano.
Cristo e a Ressurreição Diferente do cristianismo tradicional, a Ciência Cristã não considera Cristo como Deus. Para eles, Cristo é apenas uma “ideia divina”, e a ressurreição não envolve um retorno físico do corpo, mas sim a espiritualização do pensamento humano. O corpo material é visto como irrelevante para a verdadeira natureza do ser humano, que é essencialmente espiritual. A morte, de acordo com a doutrina, é uma “mudança” e não um evento final, sendo o homem convidado a continuar sua evolução espiritual após a morte.
Práticas Religiosas A Ciência Cristã rejeita práticas cristãs tradicionais como o batismo e a ceia, alegando que estas são “espiritualizadas”. A crença é que a verdadeira salvação ocorre por meio da mudança de percepção mental, e não por rituais externos. A cura de doenças é uma das práticas centrais, pois os membros acreditam que, ao corrigir sua forma de pensar, podem alcançar a cura e a saúde sem a necessidade de intervenções médicas convencionais. A ênfase está no poder do pensamento e na interpretação espiritual da realidade.
A Salvação Ao contrário das religiões cristãs tradicionais, a Ciência Cristã rejeita a salvação por meio da fé em Jesus Cristo. Em vez disso, a salvação é vista como uma transformação do pensamento humano. Os membros acreditam que, ao compreender a verdadeira natureza espiritual da vida, eles podem alcançar um estado de perfeição e liberdade do mal. Não há um conceito de juízo final, céu ou inferno, pois estas são interpretadas como estados da mente, não como lugares ou eventos após a morte.
Conclusão A Ciência Cristã apresenta uma visão única sobre a espiritualidade, colocando a mente e o pensamento como as forças dominantes na realidade humana. Ao negar a existência do mal, do pecado e da morte, ela busca transformar a percepção do mundo físico em algo espiritual e divino. A salvação, para seus adeptos, vem pela mudança de pensamento, rejeitando os ensinamentos tradicionais cristãos sobre a fé, a redenção e a importância dos rituais. Com isso, a Ciência Cristã continua a ser um movimento que se destaca por suas doutrinas radicais e sua interpretação não convencional da Bíblia e da espiritualidade cristã.