O Autor
Esta epístola foi escrita por Tiago, irmão carnal de Jesus Cristo, conforme as referências em Gálatas 1:19 e Tiago 1:1. A epístola de Tiago preenche certas lacunas deixadas pelo livro de Atos dos Apóstolos, exibindo uma relação profunda entre os ensinos de Jesus e os de seus primeiros discípulos.
A Quem Foi Dirigida
Os crentes a quem a epístola foi dirigida eram evidentemente pessoas pobres, conforme Tiago 2:15. Esses dispersos estavam sendo oprimidos por seus senhores, conforme Tiago 2:6. O evangelho, segundo Tiago, revela que rico é aquele que é rico para com Deus, e pobre é aquele que possui apenas os bens terrenos (Tiago 1:9-11).
O Propósito da Carta
O propósito principal da epístola de Tiago é consolar os oprimidos. Seu propósito é prático, à medida que Tiago vive na expectativa dos últimos dias, um tempo em que a acumulação de tesouros terrenos será sem sentido. A iminência do retorno do Senhor (parousia) é uma esperança viva, como destacado em Tiago 5:7-9. A escatologia desempenha um papel significativo no pensamento de Tiago.
A Ideia da Lei
Para Tiago, Deus, sendo perfeitamente bom, exige bondade do homem, e essa exigência está na Sua lei. Esta lei é a lei mosaica, conforme Tiago 2:11-12.
A Ideia da Justiça
Na epístola de Tiago, a doutrina da justiça é apresentada em termos do Antigo Testamento, mas em pleno acordo com os ensinos espirituais de Jesus Cristo. Isto decorre da concepção que Tiago tem da lei divina (Tiago 4:12; 5:7).
A Ideia de Salvação
Tiago aborda a salvação como baseada na boa vontade e na própria graça de Deus (Tiago 1:18,22-23). Ele destaca que uma fé que não pode ser provada ou que não produz obras não pode salvar a alma (Tiago 2:20). As obras mencionadas por Tiago são motivadas pelo amor e surgem nas relações pessoais, sendo realizadas por aqueles que já foram salvos.
Tiago e Paulo
Um dos assuntos mais debatidos em relação à epístola de Tiago é o da justificação, onde parece haver um conflito com os ensinos de Paulo. No entanto, Tiago não fala de obras de mérito ou obras que precedem a salvação, mas de obras motivadas pelo amor, que surgem em relações pessoais e são realizadas por pessoas já salvas.