Introdução
O texto de Apocalipse 11:19 tem sido objeto de diversas interpretações, especialmente no contexto da doutrina pregada pela Igreja Adventista do Sétimo Dia. Esta igreja ensina, com base nas visões da profetisa Ellen White, que a revelação do ‘santuário de Deus’ e da ‘Arca da Aliança’ inclui a vigência do sábado na nova Jerusalém celestial. No entanto, uma análise cuidadosa desse texto e de suas implicações é necessária para avaliar tais afirmações.
Refutação Apologética
Primeiramente, é importante destacar que Apocalipse 11:19 não menciona explicitamente a inclusão das ‘tábuas da lei’ dentro da ‘Arca da Aliança’. A interpretação de que isso corrobora para a guarda do sábado vai além do que está escrito, conforme 1 Coríntios 4:6 nos adverte. Além disso, o livro do Apocalipse é conhecido por seu uso abundante de figuras simbólicas. Portanto, tanto o ‘santuário’ quanto a ‘Arca da Aliança’ podem não ter uma conotação literal.
Ponderações Pertinentes
No Velho Testamento, a ‘Arca da Aliança’ representava a presença, liderança e proteção de Deus sobre os filhos de Israel, tanto no deserto (Números 10:33-36) quanto na terra prometida (Josué 3:5-17). Atualmente, a figura da arca pode simbolizar as bênçãos relacionadas à nova aliança de Cristo (Hebreus 9:1,4,11,23-28). Sabemos que a ‘Arca da Aliança’ terrena era uma réplica da ‘arca original’ celestial (Hebreus 9:23,24).
Dentro da arca terrena, havia três elementos: 1) as tábuas da lei; 2) a vara de Arão; e 3) o vaso contendo maná. Analisando esses elementos, vemos que todos eram ‘figuras e tipologias’ que se cumpriram em Jesus Cristo: a vara florescida de Arão aponta para o sacerdócio eterno de Cristo (Hebreus 7:17), o maná prefigura o pão vivo que desceu do céu (João 6:35, 41,48 e 51), e as tábuas da lei simbolizam o antigo pacto que foi substituído pela nova aliança de Cristo (Hebreus 8; 2 Coríntios 3:3).
Conclusão
Na visão do apóstolo João, ele apenas viu a ‘Arca da Aliança’ por fora. Em contraste, a profetisa Ellen White afirmou ter visto a ‘Arca da Aliança’ e seus elementos internos em suas mais de 2000 ‘revelações e visões’. Embora tais visões sejam significativas para a Igreja Adventista, é crucial analisar cuidadosamente as Escrituras e considerar o contexto simbólico do Apocalipse para uma interpretação mais precisa e equilibrada.
