A congada é uma manifestação cultural e religiosa que celebra a fé e a resistência dos povos africanos escravizados no Brasil. Ela envolve música, dança, teatro e rituais que recriam a coroação de um rei e uma rainha do Congo, país de origem de muitos escravos. A congada também homenageia Nossa Senhora do Rosário, padroeira dos negros, e São Benedito, santo negro que foi abade na Itália.
A origem da congada remonta ao século XVII, quando os portugueses trouxeram os primeiros escravos africanos para o Brasil. Eles eram obrigados a se converter ao catolicismo, mas mantinham suas crenças e tradições ancestrais. Assim, a congada surgiu como uma forma de resistir à opressão e preservar a identidade cultural dos negros. A congada também era uma forma de expressar o desejo de liberdade e de reconhecimento da realeza africana.
A congada se espalhou por diversas regiões do Brasil, especialmente em Minas Gerais, São Paulo, Goiás e Mato Grosso do Sul. Cada lugar tem suas características próprias, mas todos seguem um roteiro básico: a chegada dos grupos de congadeiros, vestidos com roupas coloridas e enfeitadas; a saudação ao mastro, onde ficam as imagens dos santos; a procissão pelas ruas da cidade, acompanhada de cantos e instrumentos como tambores, violas e pandeiros; a encenação da coroação do rei e da rainha do Congo, que representam a nobreza africana; e a entrega das oferendas aos santos, como flores, frutas e fitas.
A congada é um patrimônio cultural brasileiro que valoriza a diversidade e a história dos povos afro-brasileiros. Ela é realizada principalmente nos meses de maio, junho e outubro, em datas que coincidem com as festas católicas de Nossa Senhora do Rosário, Pentecostes e São Benedito. A congada é uma forma de celebrar a fé, a cultura e a vida dos negros no Brasil.