Tambor, Cor e Tradição: Descobrindo as Raízes e a Magia do Maracatu, Expressão Cultural Pernambucana

O maracatu é uma manifestação cultural pernambucana que apresenta origens africanas e contém elementos musicais e de dança. Neste post, vamos conhecer um pouco mais sobre essa expressão artística que faz parte da identidade e da história do Brasil.

 

O que é o maracatu?


O maracatu é um gênero musical e uma forma de expressão popular que surgiu no século XVII, na região de Recife e Olinda, em Pernambuco. O maracatu é fruto da mistura de elementos da cultura africana, indígena e europeia, e tem como principais características o ritmo forte e sincopado, os instrumentos de percussão, as roupas coloridas e ornamentadas, e a dança marcada por movimentos corporais e gestos simbólicos.

O maracatu se divide em dois tipos principais: o maracatu de baque virado (ou nação) e o maracatu de baque solto (ou rural). Cada um deles tem suas próprias origens, características e tradições.

O maracatu de baque virado (ou nação)

O maracatu de baque virado (ou nação) é o tipo mais antigo e tradicional de maracatu. Ele surgiu como uma forma de homenagear os reis e rainhas do Congo, que eram escravizados trazidos para o Brasil. O maracatu de baque virado reproduz uma cerimônia de coroação e cortejo real, com personagens como o rei, a rainha, a dama do paço, o príncipe, o embaixador, o escravo, o lanceiro, o porta-estandarte, entre outros. Cada personagem tem um papel específico na encenação e na dança, e usa roupas e adereços que remetem à nobreza africana.

O maracatu de baque virado é acompanhado por um conjunto de instrumentos de percussão, chamado de baque. O baque é formado por tambores como o alfaia (um tipo de surdo), o gonguê (um sino metálico), a caixa (um tambor militar), o tarol (uma caixa com peles mais finas), o agbê (um chocalho de cabaça), o xequerê (um chocalho de cabaça com contas), e o mineiro (um reco-reco). O ritmo do baque é marcado pelo toque do mestre, que é o líder do grupo e responsável por conduzir os cantos e as variações rítmicas.

O maracatu de baque virado tem uma forte ligação com as religiões afro-brasileiras, como o candomblé e a umbanda. Muitos grupos de maracatu fazem parte de terreiros ou casas de culto, e dedicam suas apresentações aos orixás (divindades africanas) e aos ancestrais. Alguns dos grupos mais conhecidos de maracatu de baque virado são: Estrela Brilhante, Leão Coroado, Nação Porto Rico, Nação Encanto do Pina, entre outros.

 

O maracatu de baque solto (ou rural)

O maracatu de baque solto (ou rural) é um tipo mais recente e menos formal de maracatu. Ele surgiu no início do século XX, no interior de Pernambuco, como uma forma de diversão dos trabalhadores rurais. O maracatu de baque solto não tem uma estrutura fixa nem personagens definidos. Ele é formado por um grupo de brincantes que se vestem com roupas simples e coloridas, usam chapéus enfeitados com fitas e espelhos, e carregam bonecos gigantes chamados de caboclos de lança. Os brincantes dançam livremente pelo espaço, fazendo rodas, evoluções e brincadeiras.

O maracatu de baque solto é acompanhado por um conjunto menor de instrumentos de percussão, chamado também

de baque. O baque é formado por tambores como o bombo (um tipo de bumbo), a caixa clara (uma caixa com peles mais esticadas), o ganzá (um chocalho metálico), a zabumba (um tambor grave), e o maracá (um chocalho de cabaça). O ritmo do baque é marcado pelo toque do mestre, que também é o cantador principal e improvisa versos sobre temas variados, como a vida no campo, o amor, a política, a religião, etc.

O maracatu de baque solto tem uma influência maior da cultura indígena e da cultura popular nordestina. Muitos grupos de maracatu fazem parte de manifestações como o cavalo-marinho, o bumba-meu-boi, o reisado, entre outras. Alguns dos grupos mais conhecidos de maracatu de baque solto são: Piaba de Ouro, Estrela de Ouro, Cambinda Brasileira, Leão Misterioso, entre outros.

 

A importância do maracatu


O maracatu é uma manifestação cultural que expressa a diversidade e a riqueza do povo brasileiro. Ele é uma forma de resistência e de valorização das raízes africanas, indígenas e europeias que compõem a nossa identidade. Ele é também uma forma de arte e de educação, que transmite conhecimentos, valores e sentimentos através da música e da dança.

O maracatu é reconhecido como um patrimônio cultural imaterial do Brasil pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN). Ele é celebrado em diversas festas e eventos, como o carnaval, as festas juninas, as festas religiosas, entre outras. Ele também é difundido por vários grupos e projetos sociais que ensinam e praticam o maracatu em escolas, comunidades, espaços culturais, etc.

O maracatu é uma manifestação cultural viva e dinâmica, que se renova e se transforma ao longo do tempo. Ele é uma forma de expressão que dialoga com outras linguagens artísticas, como o teatro, a literatura, as artes visuais, etc. Ele é uma forma de comunicação que se conecta com outras culturas e outros países, levando a sua mensagem de paz, alegria e diversidade para o mundo.

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