Tabernáculo da Fé: Origem, Crenças e Controvérsias



   

Origens e Fundador

O Tabernáculo da Fé é uma igreja cristã que teve início com o pregador William Marion Branham, conhecido por seu ministério de cura divina. Fundada no século XX, a igreja começou com uma abordagem ortodoxa, mas ao longo do tempo, suas doutrinas sofreram distorções que afastaram a instituição de algumas verdades bíblicas tradicionais. Branham, falecido em 1965 após ser atropelado por um motorista bêbado, continua sendo uma figura central para seus seguidores, que acreditam que ele foi um profeta enviado por Deus. Branham é frequentemente referido como o “profeta da Era” e é identificado com a figura descrita em Apocalipse 10:7, algo que não é aceito por todas as correntes cristãs.

Profecias e Previsões

Branham causou polêmica ao fazer uma previsão controversa sobre o fim do mundo. Ele afirmou que o fim ocorreria em 1977, contrariando a passagem de Marcos 13:32, que diz que ninguém sabe o dia nem a hora do fim. Embora essa profecia tenha falhado, seus seguidores tentaram reinterpretá-la, alegando que aquele ano marcava o início de uma nova era para a Igreja. Tal distorção das Escrituras gerou divisões e dúvidas sobre a autenticidade das suas mensagens.

Doutrinas e Crenças Distintas

Uma das principais características do Tabernáculo da Fé é a crença de que William Branham não só era um profeta, mas que suas palavras tinham a mesma autoridade que a Bíblia. O livro Las siete edades de la iglesia (As Sete Idades da Igreja), escrito por Branham, é considerado por seus seguidores um complemento das Escrituras, e suas profecias são vistas como verdadeiras revelações de Deus. A rejeição de algumas doutrinas cristãs tradicionais, como a Trindade, é outro aspecto central dessa religião.

Unicismo e Negação da Trindade

A crença unicista no Tabernáculo da Fé é uma das mais notáveis. De acordo com essa doutrina, o Pai, o Filho e o Espírito Santo são considerados diferentes manifestações do mesmo ser divino, negando a doutrina tradicional cristã da Trindade. Essa visão é central para a teologia da igreja e se reflete em práticas como o batismo apenas em nome de Jesus, rejeitando a fórmula batismal de Mateus 28:19, que menciona os três nomes da Trindade. Para os membros do Tabernáculo da Fé, essa diferença teológica é fundamental, sendo vista como uma marca distintiva da verdadeira fé cristã.

Proselitismo e Práticas Controversas

Além das doutrinas sobre a Trindade e o batismo, o Tabernáculo da Fé também é conhecido pelo seu fervoroso proselitismo. A igreja ensina que os fiéis devem evitar seguir as demais denominações cristãs, considerando-as erradas, uma visão que é vista como exclusivista e divisiva. A marca na testa mencionada em Apocalipse 13:16, segundo Branham e seus seguidores, é vista como uma representação da adesão à verdadeira doutrina da Igreja, com a obediência às suas regras e ensinamentos.

Sucessão e Continuidade

Após a morte de Branham, a liderança da igreja foi assumida por William Soto Santiago, que continuou a reivindicar para si as mesmas manifestações divinas que Branham alegava ter recebido. Soto se intitula “a voz da pedra”, uma referência a Jesus como a pedra angular e a si mesmo como a voz dessa pedra. Essa ênfase na liderança de um profeta vivo continua a ser uma característica central da religião do Tabernáculo da Fé.

Conclusão

O Tabernáculo da Fé é uma igreja com uma história marcada por controvérsias teológicas e práticas exclusivas. Embora tenha começado com um ministério de cura divina e uma interpretação cristã ortodoxa, suas doutrinas evoluíram para incluir conceitos distantes do cristianismo tradicional, como a negação da Trindade, a ênfase nas profecias de William Branham e um proselitismo agressivo contra outras denominações. Apesar disso, a igreja continua a ter um grupo de seguidores fervorosos que acreditam na autoridade única de Branham e nas interpretações distintivas das Escrituras.

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