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Lucas 10 – Almeida Revista Atualizada 1993

10/02/2022

A missão dos setenta discípulos

1 ¶ Depois disto, o Senhor designou outros setenta; e os enviou de dois em dois, para que o precedessem em cada cidade e lugar aonde ele estava para ir.

2E lhes fez a seguinte advertência: A seara é grande, mas os trabalhadores são poucos. Rogai, pois, ao Senhor da seara que mande trabalhadores para a sua seara.

3Ide! Eis que eu vos envio como cordeiros para o meio de lobos.

4Não leveis bolsa, nem alforje, nem sandálias; e a ninguém saudeis pelo caminho.

5Ao entrardes numa casa, dizei antes de tudo: Paz seja nesta casa!

6Se houver ali um filho da paz, repousará sobre ele a vossa paz; se não houver, ela voltará sobre vós.

7Permanecei na mesma casa, comendo e bebendo do que eles tiverem; porque digno é o trabalhador do seu salário. Não andeis a mudar de casa em casa.

8Quando entrardes numa cidade e ali vos receberem, comei do que vos for oferecido.

9Curai os enfermos que nela houver e anunciai-lhes: A vós outros está próximo o reino de Deus.

10Quando, porém, entrardes numa cidade e não vos receberem, saí pelas ruas e clamai:

11Até o pó da vossa cidade, que se nos pegou aos pés, sacudimos contra vós outros. Não obstante, sabei que está próximo o reino de Deus.

12Digo-vos que, naquele dia, haverá menos rigor para Sodoma do que para aquela cidade.

13Ai de ti, Corazim! Ai de ti, Betsaida! Porque, se em Tiro e em Sidom, se tivessem operado os milagres que em vós se fizeram, há muito que elas se teriam arrependido, assentadas em pano de saco e cinza.

14Contudo, no Juízo, haverá menos rigor para Tiro e Sidom do que para vós outras.

15Tu, Cafarnaum, elevar-te-ás, porventura, até ao céu? Descerás até ao inferno.

16Quem vos der ouvidos ouve-me a mim; e quem vos rejeitar a mim me rejeita; quem, porém, me rejeitar rejeita aquele que me enviou.

17¶ Então, regressaram os setenta, possuídos de alegria, dizendo: Senhor, os próprios demônios se nos submetem pelo teu nome!

18Mas ele lhes disse: Eu via Satanás caindo do céu como um relâmpago.

19Eis aí vos dei autoridade para pisardes serpentes e escorpiões e sobre todo o poder do inimigo, e nada, absolutamente, vos causará dano.

20Não obstante, alegrai-vos, não porque os espíritos se vos submetem, e sim porque o vosso nome está arrolado nos céus.

21Naquela hora, exultou Jesus no Espírito Santo e exclamou: Graças te dou, ó Pai, Senhor do céu e da terra, porque ocultaste estas coisas aos sábios e instruídos e as revelaste aos pequeninos. Sim, ó Pai, porque assim foi do teu agrado.

22Tudo me foi entregue por meu Pai. Ninguém sabe quem é o Filho, senão o Pai; e também ninguém sabe quem é o Pai, senão o Filho, e aquele a quem o Filho o quiser revelar.

23E, voltando-se para os seus discípulos, disse-lhes particularmente: Bem-aventurados os olhos que vêem as coisas que vós vedes.

24Pois eu vos afirmo que muitos profetas e reis quiseram ver o que vedes e não viram; e ouvir o que ouvis e não o ouviram.

A parábola do bom samaritano

25¶ E eis que certo homem, intérprete da Lei, se levantou com o intuito de pôr Jesus à prova e disse-lhe: Mestre, que farei para herdar a vida eterna?

26Então, Jesus lhe perguntou: Que está escrito na Lei? Como interpretas?

27A isto ele respondeu: Amarás o Senhor, teu Deus, de todo o teu coração, de toda a tua alma, de todas as tuas forças e de todo o teu entendimento; e: Amarás o teu próximo como a ti mesmo.

28Então, Jesus lhe disse: Respondeste corretamente; faze isto e viverás.

29Ele, porém, querendo justificar-se, perguntou a Jesus: Quem é o meu próximo?

30Jesus prosseguiu, dizendo: Certo homem descia de Jerusalém para Jericó e veio a cair em mãos de salteadores, os quais, depois de tudo lhe roubarem e lhe causarem muitos ferimentos, retiraram-se, deixando-o semimorto.

31Casualmente, descia um sacerdote por aquele mesmo caminho e, vendo-o, passou de largo.

32Semelhantemente, um levita descia por aquele lugar e, vendo-o, também passou de largo.

33Certo samaritano, que seguia o seu caminho, passou-lhe perto e, vendo-o, compadeceu-se dele.

34E, chegando-se, pensou-lhe os ferimentos, aplicando-lhes óleo e vinho; e, colocando-o sobre o seu próprio animal, levou-o para uma hospedaria e tratou dele.

35No dia seguinte, tirou dois denários e os entregou ao hospedeiro, dizendo: Cuida deste homem, e, se alguma coisa gastares a mais, eu to indenizarei quando voltar.

36Qual destes três te parece ter sido o próximo do homem que caiu nas mãos dos salteadores?

37Respondeu-lhe o intérprete da Lei: O que usou de misericórdia para com ele. Então, lhe disse: Vai e procede tu de igual modo.

Marta e Maria

38¶ Indo eles de caminho, entrou Jesus num povoado. E certa mulher, chamada Marta, hospedou-o na sua casa.

39Tinha ela uma irmã, chamada Maria, e esta quedava-se assentada aos pés do Senhor a ouvir-lhe os ensinamentos.

40Marta agitava-se de um lado para outro, ocupada em muitos serviços. Então, se aproximou de Jesus e disse: Senhor, não te importas de que minha irmã tenha deixado que eu fique a servir sozinha? Ordena-lhe, pois, que venha ajudar-me.

41Respondeu-lhe o Senhor: Marta! Marta! Andas inquieta e te preocupas com muitas coisas.

42Entretanto, pouco é necessário ou mesmo uma só coisa; Maria, pois, escolheu a boa parte, e esta não lhe será tirada.