Adventismo do Sétimo Dia: Origem e Doutrinas



   

O Adventismo do Sétimo Dia é uma religião cristã que surgiu nos Estados Unidos no início do século XIX, com as pregações de Guilherme Miller. Nascido em 1787, Miller foi o primeiro a criar um movimento centrado na expectativa do retorno iminente de Cristo. A ênfase do movimento sempre foi na vinda de Jesus, que deveria ocorrer em 1844. Quando isso não aconteceu, os adventistas revisaram suas doutrinas para explicar a demora do retorno.

O Juízo Investigativo e a Doutrina do Santuário Celestial

Após o fracasso da previsão de 1844, o movimento adotou a doutrina do “juízo investigativo”. De acordo com essa crença, em 1844, Jesus teria saído da primeira parte do “santuário celestial” para o “santo dos santos”, onde teria iniciado uma obra de redenção inacabada. Esse ensino surgiu para justificar a ausência do retorno visível de Cristo à Terra. A expectativa de que Cristo venha em breve continua a ser um pilar central da fé adventista, com os adeptos aguardando ansiosamente a segunda vinda.

Ellen G. White e a Literatura Adventista

Com o tempo, a liderança do movimento passou para Ellen G. White, uma mulher que nasceu em 1827 e é considerada uma das figuras mais importantes para a doutrina adventista. Os escritos de Ellen G. White têm um status semelhante ao das Escrituras para os adventistas, sendo vistos como revelações inspiradas por Deus. Entre seus livros mais conhecidos estão O Grande Conflito, Vida de Jesus, Patriarcas e Profetas, Veredas de Cristo e O Desejado de Todas as Nações.

A Identificação de Jesus como Arcanjo Miguel

Um dos ensinamentos controversos do adventismo é a identificação de Jesus com o arcanjo Miguel. Isso implica que Cristo teria uma natureza divina, mas, ao mesmo tempo, uma natureza semelhante à de um ser humano, o que questiona sua natureza pura e sem pecado. A doutrina adventista também ensina que Jesus não completou sua obra de redenção na cruz, o que contraria a ideia tradicional cristã de que o sacrifício de Cristo foi completo e suficiente para a salvação dos pecadores.

O Sábado e a Necessidade de Guarda

Outro ponto central da doutrina adventista é a observância do sábado como um mandamento essencial para a salvação. Para Ellen G. White, o sábado é mais importante do que qualquer outro mandamento da Bíblia. A guarda do sábado, de acordo com os adventistas, é um requisito para alcançar a salvação. Essa crença exclui aqueles que não observam o sábado da salvação, tornando-a uma doutrina central para o movimento.

Doutrinas sobre a Morte e o Sono da Alma

O Adventismo do Sétimo Dia também possui doutrinas que não são amplamente aceitas por outras vertentes do cristianismo, como a crença no “sono da alma”. Para os adventistas, após a morte, a alma não vai diretamente para o céu ou o inferno, mas entra em um estado de sono até a ressurreição final. Isso implica uma visão diferente da imortalidade da alma, que é comum em muitas outras tradições cristãs.

A Visão sobre o Pecado e a Aniquilação de Satanás

O Adventismo também apresenta uma perspectiva única sobre o pecado e a redenção. Segundo sua doutrina, alguns pecados são perdoados, mas não completamente extirpados. A doutrina afirma que, no final dos tempos, Satanás carregará todos os pecados dos crentes, e somente quando ele for aniquilado é que os pecados serão totalmente cancelados.

Conclusão

O Adventismo do Sétimo Dia é um movimento cristão com crenças únicas, que combinam uma expectativa de retorno iminente de Cristo com doutrinas sobre o juízo investigativo, o sábado e a morte da alma. Sua ênfase em Ellen G. White e seus escritos como uma autoridade inspirada coloca o movimento em uma posição distinta dentro do cristianismo, sendo uma tradição religiosa com suas próprias crenças e práticas, que divergem significativamente das tradições cristãs mais amplamente aceitas.

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