O Zoroastrismo é uma das religiões mais antigas, tendo sido fundada por Zoroastro (ou Zarathustra), que nasceu na Pérsia, por volta do século VI a.C. Essa religião, que inicialmente foi um sistema religioso-filosófico, é baseada em uma concepção dualista do universo, onde o bem e o mal estão em constante conflito. Essa luta eterna entre as forças do bem e do mal é o ponto central da doutrina zoroastrista e influencia todos os aspectos da vida e da moralidade.
A Doutrina Zoroastrista e os Ensinamentos de Zoroastro
Zoroastro propôs que existia um único deus supremo, Ahura Mazda, o “Senhor sábio”, que é considerado o criador e guia absoluto do universo. Em sua luta contra o mal, Ahura Mazda é auxiliado por seis espíritos divinos, que são responsáveis por proteger e orientar a humanidade. Esses espíritos combatem a entidade maligna Angra Mainyu (ou Ahriman), que representa o mal absoluto, a destruição e a mentira. Essa luta cósmica entre os dois princípios opostos é vista como uma metáfora para as lutas internas do ser humano entre a boa e a má conduta.
O Zoroastrismo enfatiza uma série de preceitos éticos, com um forte foco no combate ao mal. Para Zoroastro, a vida humana seria um campo de batalha onde as pessoas precisariam escolher entre seguir o caminho da verdade e da bondade ou ceder aos impulsos de destruição e mentira representados pelo mal. A recompensa para aqueles que escolhem o bem seria a vida eterna no paraíso, enquanto aqueles que seguem o mal enfrentariam punições no inferno.
O Avesta e a Consolidação da Religião
Durante o reinado de Dário I, o conjunto de textos sagrados do Zoroastrismo, conhecido como Avesta, foi redigido. Esse livro, que contém cânticos conhecidos como Gathas, representa a sistematização da doutrina de Zoroastro. O Avesta descreve as palavras e ensinamentos de Zoroastro, que foram transmitidos oralmente antes de serem finalmente registrados por volta do século V a.C.
O Avesta é composto por várias partes, incluindo os Gathas, que são os cânticos originais de Zoroastro, e outras seções que foram adicionadas posteriormente, refletindo as mudanças que ocorreram na religião ao longo dos séculos. Embora as reformas de Zoroastro tenham sido centradas na pureza do monoteísmo, com o tempo, o zoroastrismo se transformou em uma religião mais complexa, influenciada por crenças populares e por práticas ritualísticas que surgiram durante o reinado dos sucessores de Dário I.
A Influência do Zoroastrismo e Sua Persistência
Embora o Zoroastrismo tenha diminuído em número de adeptos ao longo dos séculos e tenha sido eclipsado por outras religiões, especialmente o Islã, ele deixou uma marca indelével na história das religiões. Sua influência é visível em várias tradições religiosas posteriores, incluindo o maniqueísmo, que foi uma heresia que floresceu até o século V d.C., e mesmo no cristianismo, que adotou algumas ideias, como o conceito de céu e inferno.
Hoje, a religião zoroastrista é praticada por uma pequena comunidade, principalmente no Irã e na Índia, onde os seguidores são conhecidos como parsis. Apesar da diminuição do número de fiéis, o zoroastrismo continua a ser uma parte importante da herança religiosa e cultural da Pérsia, com muitos de seus princípios ainda influenciando a ética e as crenças de diversas culturas.
Conclusão
O Zoroastrismo, com sua concepção dualista e ênfase na luta entre o bem e o mal, é uma das religiões mais antigas que ainda exerce uma influência cultural significativa. A luta cósmica entre Ahura Mazda e Angra Mainyu, e os ensinamentos morais de Zoroastro, continuam a ressoar em várias tradições religiosas até hoje. A importância histórica e espiritual do Zoroastrismo permanece uma parte vital da história religiosa do Oriente Médio.